01 junho 2010

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Pula fogueira...

Meu filho Leonardo com 6 meses (2008), em seu primeiro traje caipira...

Salve, salve os santos padroeiros!!!

Na tradição brasileira, junho é mês de festa, quentão, quadrilha e de comemorar os dias de padroeiros queridos: são João, são Pedro e santo Antônio. Conheça a história dos santos juninos, reze e – por que não? – capriche nos pedidos e nas simpatias.
Chapéu de palha, fantasia de caipira, rojão, busca-pé, balão, bombinha. É assim que a gente gosta de reverenciar nossos queridos santos do mês de junho. Viramos crianças ao pé da fogueira, soltando biriba, comendo pipoca e pé-de-moleque – e fazendo simpatias para conseguir amor, felicidade e fartura. Afinal, os santos estão aí para isso mesmo.

Essas festas tão brasileiras têm na verdade uma origem remota. Antes do nascimento de Jesus Cristo, os povos pagãos do Hemisfério Norte celebravam o solstício de verão, o dia mais longo e a noite mais curta do ano, que lá acontece em junho e marca o início da estação quente. Nessas festas, a fim de promover a fertilidade da terra e garantir boas colheitas futuras, havia danças e fogueiras (acesas para afugentar os espíritos maus).Com o avanço do cristianismo, a Igreja preservou e incorporou essas tradições também como forma de conseguir mais popularidade. No século 6, os ritos da festa do dia do solstício de verão, em 21 de junho, passaram para o dia do nascimento de são João Batista, dia 24 de junho. Mais tarde, no século 13, foram incluídas no calendário litúrgico as datas comemorativas de santo Antônio (dia 13) e são Pedro (dia 29).
Os colonizadores portugueses trouxeram as festividades para o Brasil e aqui elas ganharam cores e sabores influenciados pelos índios e negros escravos, responsáveis pela mão-de-obra nas cozinhas coloniais. “É por isso que até hoje reverenciamos os santos juninos provando quitutes de milho, amendoim e mandioca, ingredientes básicos na mesa popular para bolos, tapioca, paçoca, pé-de-moleque, milho cozido”, diz a especialista em folclore e cultura popular Lourdes Macena, coordenadora de pós-graduação do Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará, em Fortaleza. Nos estados nordestinos, as festas juninas hoje são tão populares quanto o Carnaval. “Para os sertanejos, elas têm um significado muito importante, reforçando o sentido de união da comunidade”, explica Lourdes.
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São João
Segundo a tradição, a mãe de João, Isabel, acendeu uma fogueira no deserto para anunciar o nascimento do bebê a sua prima Maria, mãe de Jesus, que assim veria a fumaça ao longe. Por isso, fogueiras, balões e fogos de artifício comemoram o dia do santo considerado festeiro. “No Brasil, acredita-se que são João dorme até que, em seu dia, visite as casas bem iluminadas e em festa”, conta a pesquisadora Lourdes Macena.João pregava às margens do rio Jordão, em Israel, e batizava os fiéis que se convertiam ao cristianismo mergulhando-os nas águas. Daí ser conhecido como são João Batista. Hoje, nas cidades nordestinas, existe o costume de, na madrugada do dia 24 de junho, tomar banho em um rio ou mesmo mergulhar uma imagem do santo, como forma de purificação. João foi executado no ano 31, por ordem do imperador romano Herodes, para satisfazer o pedido de sua enteada, Salomé.
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São Pedro
Antes chamado Simão, o pescador teve o nome mudado por Jesus Cristo ao receber a incumbência de fundar a Igreja e reunir os fiéis depois de sua morte. “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificareis minha igreja” foi o recado. Por isso, o apóstolo foi chamado de “pescador de homens” e tornou-se o primeiro papa. Morreu em 29 de junho.Segundo a crença popular, são Pedro guarda as chaves do céu, lava-o quando chove e arrasta os móveis quando troveja. Dizem que o santo, por ser viúvo, socorre as viúvas nos momentos de aflição. “Por ser patrono dos pescadores, é homenageado com procissões de barcos que carregam sua imagem”, lembra Lourdes Macena, especialista em cultura popular.
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Santo Antônio
Herdamos dos portugueses e italianos a devoção a esse missionário da ordem franciscana, que nasceu em Lisboa, em 1195, e morreu em Pádua, em 1231. Grande orador e pregador, lecionou em universidades e dedicou-se a servir os pobres e necessitados. Daí a tradição do “pão de santo Antônio”, que sobrevive até hoje. Pães doados a sua igreja são bentos e distribuídos aos pobres. “Guardar um pedaço desse pão junto aos mantimentos garante fartura”, conta a pesquisadora Lourdes Macena. Mas Antônio é famoso mesmo por nos ajudar a conseguir bons partidos para namoro e casamento. Para isso, inúmeras simpatias deixam de castigo a imagem do santo.

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